5- ESTUDO O CRISTÃO E SEU DINHEIRO
O Cristão e seu Dinheiro
A Bolsa de Valores sobe! Juros caem! Inflação voltará? Crise eco-
nômica preocupa o governo! As manchetes nos jornais, revistas e
programas de televisão não param de falar sobre dinheiro. No Brasil,
como em muitos outros países, governos são eleitos e desfeitos por
circunstâncias e políticas econômicas.
Mas, essa preocupação com dinheiro não é assunto exclusivo do
governo. Muitas igrejas, também, se dedicam à busca do dinheiro.
Algumas enfatizam a procura da prosperidade na vida dos adeptos, e
muitas mostram uma preocupação muito grande em arrecadar dinheiro
para a própria igreja. A maioria das pessoas vive numa constante
agitação por causa de diversos problemas financeiros—contas já
vencidas, desejos de receber aumentos salariais, dívidas assutadoras.
O que Deus ensina para nos ajudar no meio de tanta preocupação sobre
o dinheiro? Vamos examinar alguns princípios bíblicos que vão nos
ajudar a fazermos a vontade de Deus na aquisição e uso do dinheiro.
A Bíblia fala muito sobre esse assunto; por isso, este artigo contém
muitas citações bíblicas. Por favor, tome o tempo necessário para
ler cada passagem e confirmar que o ensinamento aqui é de Deus, não
de meros homens.
O dinheiro é nossa ferramenta, não nosso dono
Muitas pessoas são escravas do dinheiro. Lutam tanto para ter
dinheiro que nem têm tempo para gozar da sua prosperidade! O desejo
de ter coisas e acumular riquezas domina a vida de muita gente. Você
já ouviu alguém falar sobre as posses de Bill Gates ou outro rico
com tom de inveja na voz? O servo de Deus precisa reconhecer que o
dinheiro é uma ferramenta que deve ser empregada em boas obras, e
não nosso senhor. Uma das táticas mais eficazes do diabo é apagar o
zelo do cristão com preocupações financeiras (Mateus 13:22). Jesus
ensinou claramente que nós temos que escolher entre dois senhores
(Mateus 6:19-34).
Mas, muitas pessoas se tornam escravas do dinheiro por acumular
dívidas. Por que alguém assinaria um papel para assumir dívida e
pagar juros— às vezes tão altos que acabam multiplicando o custo da
compra? Os problemas mais comuns com dívida são: Motivos
errados: avareza, cobiça e inveja (Provérbios 23:1-5; Tiago
4:2-4). Em vez de trabalhar e exercer domínio próprio para poupar
dinheiro e comprar à vista, pessoas se enganam e pagam prestações
para obter as coisas imediatamente. Procedimento errado:
desonestidade. A pessoa que promete pagar é obrigada cumprir a
promessa. Aquele que promete e não paga está pecando. Quem promete
quando sabe que não tem condições para pagar é um mentiroso indigno
da vocação a que fomos chamados (Efésios 4:1,25; Mateus 5:37).
Vida desordenada: falta de administração. Ao invés de cuidar das
suas obrigações como Deus mandou, o devedor acaba sendo dominado por
outros (Provérbios 22:7). Falta domínio próprio, uma das qualidades
essenciais da vida cristã (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6).
Os servos de Deus precisam entender bem alguns princípios que a
Bíblia ensina sobre o dinheiro, para não serem enganados e
escravizados ao dinheiro. Aprendemos nas Escrituras que nunca
devemos pôr nossa confiança nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19;
Provérbios 11:28; Lucas 12:15-21; 1 Timóteo 6:4-11). O dinheiro não
é fonte de alegria ou contentamento (Provérbios 15:16-17;
Eclesiastes 5:10-11). Apesar das doutrinas de muitas igrejas hoje
que dizem que a prosperidade é evidência da fidelidade, a Bíblia
ensina que nem riqueza nem pobreza, por si só, nos faz melhor servos
de Deus. É bom ter o suficiente, mas não o excesso (Provérbios
30:7-9).
Honestos no trabalho e nas finanças
Há muita preguiça e desonestidade no mundo, mas o discípulo de
Cristo tem que tirar tais atitudes pecaminosas de sua vida. Devemos
trabalhar honestamente e diligentemente, lembrando que o Senhor está
nos observando (Colossenses 3:22-25; Provérbios 27:23-27). O
preguiçoso está sempre se enrolando em negócios que, diz ele, trarão
riquezas fáceis e rápidas. Homens sem entendimento têm cometido o
mesmo erro por milhares de anos. “O que lavra a sua terra virá a
fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de
pobreza. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa
a enriquecer não passará sem castigo.... Aquele que tem olhos
invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre
ele a penúria” (Provérbios 28:19-20,22). O cristão precisa
abandonar qualquer maneira desonesta de ganhar dinheiro e fazer
“com as próprias mãos o que é bom” (Efésios 4:28).
Não somente no trabalho, mas em todos os negócios, devemos ser
absolutamente honestos (Provérbios 10:2; 16:8; 20:17; 22:28).
“Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço
mortal” (Provérbios 21:6). A pessoa honesta evitará dívidas
desonestas e excessivas (Provérbios 22:7,26-27). Ela pagará os
devidos impostos e obedecerá as leis do governo (Mateus 22:17-21;
Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:13-17). Não será gananciosa, nem oprimirá
outros (Provérbios 28:8; Tiago 2:6-7; 5:1-6; Amós 8:4-6).
Cumprindo obrigações financeiras
O cristão deve administrar bem seu dinheiro, porque Deus lhe deu
várias responsabilidades. A pessoa que usa seu dinheiro para servir
da maneira que o Senhor quer está se preparando para estar com Deus
para sempre (1 Timóteo 6:17-19; Lucas 16:1-13). Considere algumas
responsabilidades — ou, melhor, privilégios — que ele deu aos seus
servos.
Participar do trabalho da igreja: Desde o início, a igreja do
Senhor tem recebido e usado dinheiro no seu trabalho. No Novo
Testamento, aprendemos que a igreja recebeu dinheiro por ofertas
voluntárias (Atos 4:32-37) dadas no primeiro dia da semana (1
Coríntios 16:1-4). Essas coletas foram feitas em cada congregação
local, e a própria congregação empregou o dinheiro no trabalho
autorizado por Deus. (Uma igreja que manda dinheiro para alguma
sede, matriz ou igreja mãe, ou que sustenta algum tipo de
instituição criada por homens está fugindo do padrão bíblico.) Cada
cristão tem a responsabilidade de dar “conforme a sua
prosperidade” (1 Coríntios 16:2), “segundo tiver proposto no
coração” e “com alegria” (2 Coríntios 9:7). Enquanto o
Novo Testamento não exige o dízimo (que foi um valor obrigatório
para os judeus sob a lei de Moisés), não devemos pensar que Deus
quer só as migalhas que sobram depois de nos fartar. Jesus elogiou o
espírito de sacrifício da viúva pobre (Lucas 21:1-4). Paulo
agradeceu o sacrifício dos filipenses como uma oferta agradável a
Deus (Filipenses 4:18). Ele elogiou os irmãos da Macedônia por sua
generosidade, dizendo que “deram-se a si mesmos primeiro ao
Senhor” (2 Coríntios 8:5). Eles descobriram a chave da
generosidade. A pessoa que recusa dar liberalmente tem esquecido que
Jesus deu a própria vida para nos resgatar. Devemos sacrificar com
alegria!
Sustentar a família: Numa época em que muitas famílias sofrem
por causa da preguiça e irresponsabilidade de homens, devemos
lembrar que quem é convertido a Cristo vai se transformar. Paulo
confrontou esse problema de homens ociosos em tessalônica, e os
sacudiu com palavras claras: “...e a diligenciardes por viver
tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias
mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para
com os de fora e de nada venhais a precisar” (1 Tessalonicenses
4:11-12); “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se
alguém não quer trabalhar, também não coma....determinamos e
exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente,
comam o seu próprio pão” (2 Tessalonicenses 3:10-12). Em outra
carta, ele falou da obrigação de sustentar parentes, especialmente
viúvas: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente
dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”
(1 Timóteo 5:8).
Ajudar os necessitados: Como discípulos de Cristo, temos a
responsabilidade de usar o nosso dinheiro para ajudar os
necessitados. Generosidade faz parte do caráter do cristão
verdadeiro. Devemos trabalhar para ter condições para ajudar outros
(Efésios 4:28). Os que são abençoados com coisas materiais devem as
usar para boas obras de caridade (1 Timóteo 6:17-18). Cada um de nós
tem a responsabilidade de ajudar as viúvas e os órfãos (Tiago 1:27).
Entre as coisas que Jesus vai examinar no julgamento é nossa
benevolência para com outros (Mateus 25:35-46). Cada um responderá
pelas coisas feitas nessa vida. Vamos meditar nos ensinamentos
bíblicos para aprender como mostrar esse cuidado para os outros
(leia Salmo 112:5-6; Mateus 19:21; 1 João 3:17). Sempre lembremos
que o segundo grande mandamento é amar ao próximo (Mateus
22:39).
Motivos para ser bons administradores
Quando consideramos tudo que devemos fazer com nosso dinheiro,
compreendemos a importância da boa administração financeira. Nosso
dinheiro é uma ferramenta que devemos empregar para fazer a vontade
de Deus. Somos privilegiados em participar do trabalho de uma igreja
e em ter condições para sustentar a família e ajudar outras pessoas.
E, no final das contas, qualquer sacrifício que oferecemos será nada
em comparação com o sacrifíco de Jesus na cruz (Lucas 17:10).
-por Dennis Allan
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